quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nazistas e Árabes

Estive pensando estes dias sobre o que Hitler fez para exterminar os judeus e sua relação com o que os países árabes fizeram. Ainda sobra para o Hugo Chávez nesta história. Tudo o que Hitler fez, foi através da Lei até começarem as matanças com a invasão da Polônia em 1940, seu incremento em setembro de 1941 com a invasão da Rússia e depois iniciando o uso dos campos de extermínio no verão de 42 (se vc conhece a antiga música, acho que nunca vai pensar da mesma forma...)

Bem a intenção nazista era de limpar a Alemanha de judeus. Para isso foram sendo retiradas por lei todas as possibilidades de sustento, trabalho, ensino, direitos políticos e convívio social. O conceito iniciado em 1933 era o de tornar a vida de 500 mil judeus num país de quase 58 milhões de pessoas, insuportável. Com isso, esperáva-se que os judeus imigrassem, fossem embora da Alemanha. Essa política deu certo e em setembro de 1941 quando a imigração passou a ser proibida, mais de 250 mil judeus tinham ido embora. Mortos entre 1933 e 1941 foram poucos, resultado de violência da SA e SS ou mais como criminosos políticos por serem comunistas do que por serem judeus. Por outro lado, na Polônia país recriado após a Primeira Guerra Mundial, com mais de 3 milhões de judeus em sua população, as agressões e matanças de judeus eram tão frequentes que geraram protestos de comunidades judaicas em vária partes do mundo como nessa pouco conhecida foto, de um protesto em Londres.

Após não conseguir se livrar de pouco menos de seus 250 mil judeus e encontrar mais 3 milhões na Polônia e 5 milhões na URSS (sobre os quais as forças alemãs realmente não conheciam o total, bem como de informações mais simples sobre as forças armadas soviéticas), os nazistas partiram imediatamente para as matanças rápidas com "grupos de ação" e muita ajuda de policiais, civis e militares dos países então "liberados" do jugo soviético, onde o antissemitismo se manifestava culpando os judeus pela revolução comunista, é implementada a Solução Final: a indústria de extermínio, roubo de propriedades e pertences mais inidividuais dos exterminados, seu reaproveitamento e reutilização e o encobrimento de toda a operação.

Onde eu quero chegar? Hitler, fechando o Parlamento Alemão assumiu todos os poderes e pode criar as leis que oficializavam a perseguição aos judeus. Ou seja: o antissemitismo nazista era legal, era um dever do cidadão e do Estado. Outros países também discriminavam minorias de forma pesada. Os EUA viviam no auge de seu apartheid. O Japão ocupava partes da Ásia continental e tratava as populações locais como sub-raça, sub-humanos, igualzinho ao tratamento nazi aos judeus. A Inglaterra e França tinham suas colônias africanas onde todo o tipo de racismo e discriminação ocorria. A URSS tinha uma das mais pesadas discriminações do mundo ou impedir a manifestação religiosa da população. Portanto, quem tinha direito ou vontade de reclamar do racismo do outro?

Com a possibilidade de promulgar qualquer lei necessária e fazer tudo dentro da legalidade constitucional alemã, Hitler nunca ousou passar um lei de expulsão dos judeus, o que era a intenção original do regime, pois isso, o mundo talvez não aceitasse. nenhum país estava expulsando ninguém naquela época. Então, podendo expulsar, de 1933 a 1941, o regime nazista não expulsou.

Mas apenas poucos anos depois, com a vitória das forças democráticas aliadas às socialistas, Israel é criado, atacado pelas nações árabes, que ao perder a guerra não hesitam: expulsam cerca de 750 mil judeus confiscando suas propriedades pessoais e comunitárias e removendo sua cidadania, tornando-os apátridas. Muitos vieram para o Brasil.

A medida que o mundo foi se abrindo para a democracia, o uso democrático da lei não foi questionado. Cada país tem o direito de legislar. E o que os nazistas não conseguiram fazer em 8 anos, os arábes fizeram quase completamente em alguns meses. Os judeus que restaram foram expulsos de vez em 1956.

Agora vemos a Venezuela, democracia para todos os efeitos, com uma câmara de partido único aprovando todas as decisões de seu líder, Chávez. Aprovando confiscos de terra e propriedade, cassações de concessões estatais, expulsão e nacionalização de empresas, termo semelhante ao da arianização nazista,perseguição aos jornalistas, fechamento de emissoras de TV e agora a promessa de acabar com as rádios não estatais na Venezuela, o que ele vai conseguir com certeza.

A cada semana ou mês, uma nova lei é aprovada e a "revolução" vai sendo feita dentro da legalidade, como pelos nazistas. Em relação a Comunidade Judaica Venezuelana estes anos de Chávez tiveram o mesmo efeito dos anos iniciais de Hitler. Usando o antissemitismo de quadros partidários em manifestações com palavras de ordem e pixando entidade judaicas, com abusos policiais sem sentido e sem efeito posterior contra entidades e lideranças judaicas, alianças com Irã e Síria, existência do Hezbollah da América Latina em seu território, o confisco do maior shopping center de Caracas antes de ficar pronto - era de propriedade de um judeu e construção por empresa judaica, com exposição racista mentirosa de rabinos e líderes comunitários na TV, com discursos ambíguos onde nunca se sabe o que ele realmente quer dizer (igualzinho o formato de trabalho da SS nos guetos europeus) o objetivo vai sendo realizado: cerca de metade da comunidade judaica venezoelana já abandonou o país.

Acada cerimônia relacionada com o Holocausto - Shoa - fica-se bradando: "Nunca Mais", mas o que nunca mais? O racismo e o antissemitismo ou apenas o extermínio? Bradar contra o extermínio é uma atitude que não leva a nada por parte do exterminado, ainda mais se você estiver no Sudão, no Darfur... E bradar um nunca mais contra o antissemitismo parece um brado contra o vento. Ninguém ouve.

José Roitberg - jornalista e diretor do Vaad Hashoa Brasil

Um comentário:

Unknown disse...

Israel mantém milhares de palestinos confinados em um enorme campo de concentração chamado Gaza e ainda inspirados (no muro de Berlim),construíram um muro cercando toda aquela área,onde nenhum palestino sai e nem entra sem a autorização do exército israelense.O extermínio em massa daquela gente pelos israelenses é tão escandaloso que mesmo a imprensa sionista não é capaz de abafar os fatos.Os judeus sionistas deixaram o judaísmo e abraçaram a religião do Holocausto,onde pregam o número cabalístico de 6 milhões de judeus mortos.São verdadeiros sacerdotes e ninguém pode discordar deles,pois assim como na inquisição,todos hereges eram mortos.