Novidades no mobiliário urbano do Rio de Janeiro. São as placas 'Walk Rio/Rio a Pé.' Vcs não imaginam como estou contente com a instalação quieta e sem alarde em vários pontos de Copacabana. Acredito que parte do projeto saiu de uma conversa rápida e informal que tive com o Carlos Osório, atual secretário estadual dos transportes, durante a gravação da entrevista dele ao Ronaldo Gomlevsky no início de 2014 para Menorah na TV.
Questionei o então secretário municipal, se havia algum motivo para não termos placas indicativas para pedestres, mostrando estações de metrô e principais atrações turísticas num raio de 3 ou 4 quarteirões, como havia em Londres já há mais de 8 anos. Na ocasião ele achou interessante e disse que ia pensar no caso. Algumas semanas depois, em outra entrevista, desta feita com o prefeito Eduardo Paes, aproveitei um dos momentos de descontração e falei com ele a mesma coisa.
Exemplo de placa londrina marrom, defronte a saída de uma estação de metrô, indicando ao pedestre virar à esquerda para ir ao Imperial War Museum.
Bem, estão aí, em sua fase inicial de implantação. Posso até estar sendo meio pedante em relação a este caso, mas fica para mim a sensação de um morador da cidade poder dar ao governo local uma ideia e ela prosperar para o bem da sociedade.
Este tipo de placa é fundamental para os milhões de turistas que visitam a cidade anualmente e certamente o sistema estará totalmente implantado para a Olimpíada.
É diferente do sistema londrino com placas presas em postes comuns apontando apenas um objetivo. No caso do RJ, me parece bem mais interessante e eficiente pois se cria um ponto de indicações para quatro direções básicas, visível e com informações personalizadas e distintas em todas as faces. Também diferente do londrino, o carioca mostra o tempo de percurso a pé até o objetivo. Mas diferente do londrino, por exemplo, a três quarteirões do Copacabana Palace não é indicada a existência de tal atração turística.
Só que o sistema é inteligentemente modular e outras placas poderão ser acrescentadas. Espero que a Prefeitura venda este espaço. Por exemplo, quanto o Copacabana Palace pode pagar por ano para ter suas indicações nas placas próximos a ele?
Ainda falta outro ponto de nossa conversa de um ano atrás: o treinamento dos trocadores das principais linhas de ônibus que atendem os turistas no Rio de Janeiro, com noções do que deveriam saber para cobrar as passagens e dar pequenas indicações em espanhol, inglês, e qualquer outra língua, inclusive o português, tão complicado para alguns. Sabe aquele crachá de serviços de bordo de aviões onde há bandeirinhas com as línguas que o comissário fala ou arranha? Os trocadores destas linhas também deveriam ter. É só questão de querer fazer.
Alguns, por conta própria, avisam os pontos do Rio Sul, do Copacabana Palace, do Jardim Botânico e poucos outros mais. É uma iniciativa positiva individual e não política da empresa ou do setor do turismo no RJ, que deveria arcar com o custo a formação destes profissionais. Mas, começamos! Já estamos melhor que há 15 dias atrás.
José Roitberg - jornalista e pesquisador