Quando eu comecei a frequentar academias de musculação em 1973, homens iam segundas, quartas e sextas, e mulheres nas terças e quintas. Já entravam o anos 1980 quando academias recém-criadas permitiram as turmas mistas. Lembro das discussões e gritaria. Os tradicionalistas não aceitavam de jeito nenhum. Os professores na faixa dos 50 anos eram totalmente contra. Até mesmo a maioria dos frequentadores de ambos sexos sentiam-se incomodados e preferiam ficar nas academias, digamos, segregadas. Um dos problemas de fato, é que as antigas possuíam apenas um vestiário com chuveiros e a coisa mista ficava inviabilizada.
Mas a sociedade evoluiu e os frequentadores perceberam que o misto era mais producente e os exibidos de ambos os lados sentiam-se mais a vontade exibindo-se aos opostos. Todo mundo passou a fazer melhor os exercícios, antigamente sob olhares tímidos e desviados, e mais recentemente sob olhares diretos e gulosos.
Mas tudo muda! E é frequente, principalmente nas academias de Copacabana que malhem juntos homens, mulheres e travestis.
A academia é, hoje, o espaço de tolerância de gênero mais livre e agradável que temos em nossa sociedade. Quem não tolera, que vá para outro canto.