sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Lar da Criança Israelita

1939-agosto-30 - O Globo - Inauguração do Lar da Criança Israelita. Na legenda:
"O Lar da Criança Israelita - com o lema de fazer de cada criança desamparada um bom brasileiro, foi fundado à rua General Canabarro 303. A nova instituição foi instalada em magnífico prédio que se vê no clichê, que ilustra este registro, abrigará as crianças necessitadas, que ali terão educação, conforto em ambiente brasileiro. Por estas finalidades a nova fundação é merecedora de todo o amparo da sociedade carioca."

A instituição continua em atividade em uma grande instalação á Rua José Higino.

© 2013 – José Roitberg – jornalista e historiador
todos os direitos reservados nos termos da lei 
30-de-Agosto-de-1939,-globo-5-lar-da-criança-israelita

Formatando PenDrive ou HD externo para PC e MAC ao mesmo tempo

Se você trabalha com vídeo e fotos pode ter que enviar material de uma plataforma para outra ou receber material criado em outra plataforma e não é tão simples quanto parece.

É comum receber um pendrive, uma memória flash, um HD SSD ou um HD externo USB cujos dirvers se instalam corretamente mas o dispositivo não parece listado como um disco d:e: g: pi k:, por exemplo.

Ocorre o seguinte, principalmente com os HDs. Eles são formatados na máquina original. Se for PC, o formato do disco deverá ser NTFS e se for MAC, o formato será GTP.  SÃO INCOMPATÍVEIS. Um disco formatado num sistema não abre no outro e não existe ferramenta de conversão.

Para a coisa dar certo existe uma formatação chamada exFAT (Extended FAT – Tabela de Alocação de Arguivos  Extendida) criada para ser a cross-platform, a plataforma cruzada cujo disco abre nos dois sistemas operacionais diferentes.

Somente discos externos via USB ou entrada de cartão podem ser formatados em exFAT e não há motivo algum, nem permissão dos sistemas operacionais para vc formatar um hd interno assim. Não insista.

Então, para o transporte de arquivos enormes de vídeo, cada vez mais comuns nos hds externos, esqueça o material que está nele e está dando errado: volte ao computador de origem seja ele MAC ou PC, se for caso copie os arquivos de volta para o disco rígido do computador, formate o hd externo em exFAT e copie os arquivos a serem transportados novamente para ele. A partir disto, este hd externo vai funcionar nos MACs e em qualquer PC com Windows VISTA para cima (Vista, 7 e 8)

Se vc usar pendrives para este tipo de transporte sugiro a formatação exFAT também, só para garantir. Se alguém quiser saber o motivo, é porque geralmente vem formatadas com FAT32 que permitem arquivos únicos de até apenas 4GB o que está ficando bem curto para vídeo em alta resolução. A exFAT não tem limite para tamanho de arquivo. Como qualquer formatação, esta também é destrutiva: faça em discos novos ou se vc for jogar fora os arquivos que estiverem nele.

Tem um tutorialzinho simples em inglês mostrando como formatar em exFAT. Conheça isso pois pode lhe salvar horas de aborrecimento.

Como converter USB drive ou hd para exFAT

domingo, 15 de setembro de 2013

Yom Kippur 1915–Rio de Janeiro

Na foto vemos 18 Polacas (prostitutas judias) visitando o túmulo de “Lili das Joias”
1915-09-17-A-NOITE-ROSH-HASHANA-NO-S-FCO-XAVIER-POLACAS
Cada comunidade em cada país, ou cidade, ou aldeia, em cada momento histórico de liberdade, de restrições ou de perseguições, tinha seus costumes, sempre variando um pouco em torno do mesmo tema.

Um dos hábitos que havia no Rio de Janeiro das últimas décadas do século19 até lá pelos anos quarenta do século 20, era visitar os cemitérios (um até 1916, dois até 1920 e três em seguida, até 1956 quando foi inaugurado o Cemitério Israelita do Cajú) na manhã de erev Rosh Hashaná, ou seja: seria na manhã de hoje. Como a visitação era maciça, aproveitava-se para inaugurar as matzeivot (a parte construída, artística do túmulo - matzeiva significa monumento) de todos os falecimentos do ano anterior (na verdade são bem poucos a cada ano). Uma ação comunitária conjunta de fato, numa comunidade que beirava apenas umas 2.000 pessoas (de todas as idades), quando a foto abaixo foi tirada.

Ela é de Rosh Hashaná 5676, setembro de 1915, há 98 anos atrás. Nela, vemos 18 polacas em torno do túmulo de "Lili das jóias", cujo nome era Rosa Schwartz za'l. Rosa foi uma polaca, prostituta dos primeiros anos do século 20. De alguma forma que não ficou registrada ela se livrou de seu caften (cafetão) e passou a seu uma "klienteltshnik" (prestamista) vendendo joias, que comprava ou que recebia em consignação de negociantes.

Conta a crônica policial de 8 de outubro de 1914, ela foi morta no dia 7, que Rosa fez relativa fortuna e se dedicava a tentar liberar (talvez comprando) as moças judias mais novas envolvidas na prostituição. Era abertamente uma inimiga dos caftens. No dia 7 "Lili" foi encontrada morta, degolada à navalha, em sua própria cama, na pensão onde morava à rua das Marrecas 28. O mostruário de joias tinha sumido. Este é apenas mais um dos crimes de assassinatos de polacas que jamais foi resolvido. O assassino deixou a navalha no local. A polícia arrolou amantes, namorados, clientes devedores, caftens e até estrangeiros e nunca encontrou o autor.

A contradição que temos na foto é simples: está na história que as pessoas preferem conhecer e acreditar, que as polacas eram mantidas em regime semi-escravo, que os caftens as ameaçavam de morte, que não podiam sair dos prostíbulos. É isso que você provavelmente sabe. Mas essa é uma das várias provas documentais e fotográficas de que elas tinham toda a liberdade de circular, praticavam o judaísmo em sua própria sinagoga, com seus próprios rabinos assalariados, frequentavam a mídia constantemente, abriram seu próprio cemitério em 1916 e também continuaram a usar o S. Fco. Xavier, mesmo depois, com sepultamentos pela halachá ortodoxa (como podemos depreender em vários, mas não todos, de seus túmulos).

A liberdade era tanta que podiam posar para os foto-jornalistas no túmulo da Rosa Schwartz za'l, inimiga declarada dos caftens, amiga e benfeitora das que continuavam a ser polacas, sem temer qualquer tipo de retaliação de seus próprios caftens verdadeiros ou apenas no imaginário racista coletivo.

Associação Religiosa Israelita da legenda não é ARI, e sim ABFRI - Associação Beneficente Funerária Israelita, fundada em 1906, mas atuante já alguns anos antes.

© 2013 – José Roitberg – jornalista e historiador
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Rosh Hashaná 5700 (1939)–Rio de Janeiro

Na foto de O Globo, na parte inferior os judeus na entrada do Grande Templo, acima, lendo a torah, talvez no Grande Templo e à esquerda, um Aron Hakodesh enorme, que me parece ser o antigo do Sidom. Mas eu devo estar errado. Se alguém souber, acerte. (obs: o material digitalizado pelo O Globo está todo nestas condições ruins, pois foi trabalhado a partir de microfilmes já ruins e não dos jornais em papel. É o que tem.)

© 2013 – José Roitberg – jornalista e historiador
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23-de-Setembro-de-1939,-GLOBO-RJ