Considerações sobre História do Rio de Janeiro e dos Judeus no Rio de Janeiro, edição em vídeo, informática, fotografia e outras tralhas
segunda-feira, 10 de março de 2014
Sinagoga Beith Aron: erguida pelo idealismo
O Rio Judeu que o Povo Esqueceu
Fundada há vinte e cinco anos na rua Machado de Assis (em 1962), e há doze anos funcionando na rua Gago Coutinho, no Largo do Machado, a Sinagoga Beith Aron é fruto do idealismo e dedicação de um grupo de judeus ortodoxos de origem ashkenazi. Em vias de contratar um novo rabino e ampliar suas instalações, a Sinagoga quer trazer os jovens para participarem da tradição judaica e dar continuidade a esta congregação.
Rua Gago Coutinho 63, inaugurada em 1974
A LUTA POR UMA SEDE PRÓPRIA
Um sobrado alugado na rua Machado de Assis: esse foi, durante muito tempo, o primeiro endereço da Sinagoga Beith Aron. Despejada deste sobrado, a Sinagoga alugou um salão na rua Marques de Abrantes.
Mas as dificuldades não pararam aí. Com muito custo, e com a ajuda dos membros da congregação e da Chevra Kadisha, conseguia-se o dinheiro para pagar o aluguel. Nessa época é que surgiu o idealismo de se construir a Sinagoga no atual endereço.
Pessoas como Chaim Wajnberg, Szaja Kandelman, Pinchas Sztajman, Lejzer Fridman, Hendel Griner e Ovsia Wajnstajn, entre outros, contribuíram de forma decisiva para a construção da nova sede. Pinchas Sztajman deu a contribuição inicial para a compra do terreno, e se encarregou de financiar o término da construção.
A Sinagoga retribuiu tanta dedicação dando o seu nome ao salão de festas, e ao salão de rezas das mulheres foi dado o nome de sua esposa. Depois de muita luta, e com a ajuda da comunidade judaica, foi inaugurada em 15 de setembro de 1974, véspera de Rosh Hashaná, a nova sede, na rua Gago Coutinho, 63.
Desde o início da Beith Aron, o Rapino Torenheim foi o líder espiritual da congregação, até três anos atrás (1984), quando fez aliá para Israel. Também durante todo esse tempo, o sr. Chaskiel Miernik foi o balkoré da Sinagoga, até hoje, com sua voz privilegiada, apesar de sua idade. E até hoje, a Sinagoga Beith Aron mantém diariamente um mini am, de manhã e tarde.
NOVO RABINO, NOVA ADMINISTRAÇÃO
Apesar de estar localizada na segunda maior concentração judaica de Rio de Janeiro (Flamengo e Laranjeiras) (obs: em 1987), a Sinagoga tem apenas cerca de duzentos sócios. Em vias de contratar um novo rabino e negociar um terreno para ampliar suas instalações, a Sinagoga Beith Aron pretende dar um no impulso à sua administração. O novo rabino terá como objetivo principal incentivar uma maior freqüência jovens. Além disso, dará gratuitamente cursos para bar-mitzvá e terá um per do de atendimentos diários para responder perguntas e aconselhar todos aqueles que precisarem de uma assistência espiritual, independente de serem sócios da Sinagoga.
O sr. Samuel Wanderman é o Predente em exercício da Beith Aron. Nathan Argalji é o tesoureiro, Ovsia Wainstein, vice-tesoureiro, Miguel ner e Salomão Schor fazem parte Conselho Fiscal, Zelio Cleinman é Secretário e Chaskiel Miernik, Diret de Culto. Mas estão sendo convocadas novas eleições.
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Caros leitores, não se consegue obter outras informações sobre a Beith Aron em sua época de Machado de Assis e Marques de Abrantes, sequer a localização correta. Como ficou na Marques de Abrantes até setembro de 1974 deveria haver muitos frequentadores por aí, fotos de casamentos e bar-mitvá e de outras solenidades. Se alguém tiver material, nos procure para tornarmos público.
Há ainda um outro problema. Algumas pessoas garantem que o prédio abaixo, na Rua Machado de Assis foi uma sinagoga e teria sido a Beith Aron. Parece ter arquitetura similar a de sinagogas, com certeza não parece um sobrado e pior que isso, nunca ouvimos falar de outra sinagoga ali. Com certeza uma das testemunhas foi ao local abaixo para um brit-milá em 1969. Portanto, qualquer informação, será de grande valor.
por Miguel Regen
José Roitberg - jornalista e historiador© Revista Menorah 1987
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