sábado, 13 de junho de 2015

DRÁCULA CAÇADOR DE NAZISTAS

Pilot officer Lee in Vatican City, 1944, soon after The Liberation of RomeCalma! Não é um novo filme em resposta ao bizarro Abraham Lincoln Caçador de Vampiros... É a vida real do recém falecido Sir Christopher Frank Carandini Lee. Vamos deixar para lá seu pior papel nominado como conde Dooku, grande aliado de Sifo Dias em Starwars... E vamos nos concentrar no que ele fez na vida real.

Nascido em Londres, em maio de 1922, filho de um tenente-coronel do exército britânico, que combateu na WW1 e na Guerra dos Boers, Lee não foi criado pelo pai, que se separou de sua mãe quando ele tinha apenas 4 anos de idade. Mas ao iniciar a Segunda Guerra Mundial Lee se voluntariou para combater os soviéticos, em 1939, então aliados dos nazistas, que haviam invadido a Finlândia. Tinha 17 anos. O batalhão inglês desta fase pouco divulgada da WW2 não entrou em combate. O governo finlandês optou por colocar aqueles soldados nas posições de guarda e segurança na retaguarda, liberando soldados do país para o combate. Aliás, a Finlândia venceu os soviéticos.

Em 1941 se alistou na RAF - Real Força Aérea, recebendo treinamento de piloto. Em sua última aula antes do voo solo, passou mal, com dores de cabeça e visão borrada e foi diagnosticado com falha no nervo ótico, sendo proibido de voar novamente. Passou então por vários postos em terra na RAF até decidir alistar-se no serviço de inteligência. Sua decisão foi deplorada por seus superiores que o transferiram para o serviço de carcereiro na prisão de Salisbury. Alguns meses depois desta punição, foi enviado para África do Sul e depois para Suez, no Egito, onde passou a trabalhar como oficial de inteligência aérea. Foi comissionado como oficial piloto e designado como oficial de inteligência para o Esquadrão 260 da RAF, participando da campanha contra o Afrika Corps nazista do general Romell. Durante o auge desta campanha, o 260 executava cinco missões por dia. Terminada a campanha africana, o 260 participou da invasão da Sicília.

Depois da Sicília veio a Itália. Lee foi transferido para a Oitava Divisão de Infantaria Indiana, os Gurkas, com os quais participou da batalha para a tomada de Monte Cassino como oficial de ligação com a força aérea. Em 1944, estava presente na libertação de Roma, onde foi tirada a foto que acompanha esta matéria. Foi promovido então, a tenente e enviado para o Quartel General da Força Aérea, participando lá do restante da guerra. Lee dominava fluentemente o francês e o alemão. Quando a guerra terminou, foi transferido para o Registro Central de Criminosos de Guerra com a função de localizar criminosos de guerra nazistas. Em sua biografia ele nos conta:

"Nos deram dossiês do que eles fizeram e nos mandaram encontrá-los, interrogá-los o quanto fosse possível e depois entregá-los às autoridades competentes... Nós vimos aqueles campos de concentração. Alguns tinham sido limpos e arrumados. Outros não." Deu baixa na RAF apenas em 1946 com a patente de tenente aviador.

O grande personagem Drácula, viria apenas em 1958. Foi uma escolha estranha, pois um ano antes Christopher Lee tinha se lançado no cinema como o monstro Frankenstein, com seu parceiro de vários filmes, Peter Cushing, como o barão.

© 2015 José Roitberg - jornalista e pesquisador

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Sociedade Israelita de Educação de Madureira - Uma escola que nunca existiu?

CAMPANHA-PARA-LEVANTAMENTO-DE-FUNDOS-PARA-A-CONSTRUÇÃO-DA-SÉDE-SOCIAL-DA-SOCIEDADE-ISR

O Rio Judeu Que o Povo Esqueceu

Na foto, vc vê um fragmento de uma rifa de levantamento de fundos para a construção desta escola judaica, cujo projeto avançado está desenhado. O valor era de 50 cruzeiros. Não há data neste pedaço de documento. O cruzeiro foi adotado em 1942. Sabemos que em Olaria, a escola Mendele Mocher Sforim era ligada ao Centro Israelita Leopoldinense.

Se alguém tiver qualquer informação sobre esta iniciativa em Madureira, por favor complemente nos comentários. Não há nenhuma referência à Sociedade Israelita de Educação de Madureira em qualquer trabalho histórico sobre os judeus do Rio de Janeiro.

É curioso ver Madureira escrito em hebraico na última linha, com dois 'iud...'

© 2015 José Roitberg - jornalista e pesquisador

domingo, 7 de junho de 2015

Tomorrowland

tomorrowland_athena

Assisti Tomorrowland da Disney apenas para ver como eles estão na ficção-científica, uma antecipação ao Star Wars. Estão bem. Entre mesmices de viagens no tempo e mundos paralelos desengavetaram um roteiro para lá de original com um encerramento da história digno de novela da Globo. Vai ver que é isso que o povão gosta, mas para mim isso deixou a história no ar, não encerrada.

O visual futurista chega a ser chocante e inusitado. A ligação do futuro com a Feira Mundial de 1965 é linda. Temos bons cenários de 1965, bons cenários atuais, bons cenários futuristas e bons cenários steampunk. Todas as vertentes foram contempladas.

Mas apesar do efeito visual, acaba sendo um filme de artistas, um filme de trabalho de representação em cena. Lamentavelmente é divulgado, inclusive nos cartazes com a participação de George Clooney o mocinho, esquecendo-se os divulgadores de apontar Hugh Laurie (o House) como um excelente vilão. O público soltou um "iihhh", quando ele apareceu em cena pela primeira vez. Todo mundo já imagina ao que veio. Se há um personagem principal é o da adorável Britt Robertson, com 25 anos, destra vez loira, parecendo uma menina de 16. A moça começou na tela aos 10 anos de idade e já acumula 40 créditos. Personagem impecável e convincente. Faz o que um ator deve fazer: cria empatia com o público e deixa as pessoas emocionadas.

Só que a Disney é especialista em lançar meninas prodígio que depois se acabam pela vida. Vamos torcer para desta vez ser diferente. Se você gosta de fato do cinema e da história do cinema, você tem um motivo muito forte para assistir Tomorrowland. É conhecer Raffey Cassidy, lindíssima, com 13 anos, dois anos depois de ter sido a Branca de Neve menina, em Branca de Neve e o Caçador. Raffey sequestra o filme inteiro. Show! (na foto)

Os trailers divulgados não fazem jus ao filme ou à história.