terça-feira, 17 de junho de 2014

Considerações sobre o sequestro na Cisjordânia



Considerações sobre o sequestro na Judeia e Samaria de Eyal Yifrah, 19 anos, de Elad; Naftali Frenkel, 16, de Nof Ayalon e Gil-Ad Shayer, 16, de Talmon (fotos abaixo), são os três rapazes desaparecidos desde a quinta-feira dia 12 de junho.



1) FATO: Algumas fontes de mídia israelense e blogueiros, estão atribuindo a culpa pelo sequestro às vítimas por elas terem pedido carona. Tais comentários estão espalhados por todo o espectro político, não se concentrando neste ou naquele. 

RESPOSTA: (1) É um absurdo completo. A iniciativa do sequestro é dos seus perpetradores, jamais das vítimas. (2) Mas o jornal Haaretz publicou uma matéria onde alunos a yeshiva de onde dois dos sequestrados saíram, afirmaram é que política clara da escola a proibição dos alunos pegarem caronas, sobn pena de expulsão.

2) FATO: Um dos garotos conseguiu telefonar para a polícia às 22h25. O operador da linha de emergência achou que era trote. O alerta de sequestro só foi iniciado às 3 da manhã, quando um dos pais chegou à central de polícia para avisar do desaparecimento de seu filho. 

RESPOSTA: (1) A polícia está sendo duramente criticada por não ter levado a sério o telefonema, e se defendeu declarando que 50% das ligações para o número 100, são trotes. (2) É pouco provável que terroristas que sequestrem vítimas, não as revistem e não percebam que uma delas tem um telefone, mas aconteceu. (3) É improvável que uma vítima de sequestro em um carro junto aos sequestradores consiga pegar seu telefone, discar, esperar atender, falar uma frase, até ser interrompido, mas aconteceu: isso indica que esta vítima não estava imobilizada, ou vigiada no momento em que usou o telefone. (4) Tendo havido uma ligação de celular, há um registro de triangulação das torres de telefonia, portanto, o Estado sabe onde ocorreu tal ligação e o momento preciso dela. (5) Os ortodoxos em Israel costumam usar telefones celulares simples, sem acesso à internet, gps etc. Alguns são chamados até de celular kosher. Estes dispositivos não permitem a facilidade de localização pela polícia que um smartphone oferece.

3) FATO: A carona é uma instituição nacional em Israel e as vítimas agiram conforme todas as outras milhares ou dezenas de milhares de pessoas agem diariamente. 

RESPOSTA: (1) O sequestro ocorreu no cruzamento de Gush Etzion, na rodovia 60, ao sul de Belém (Bethlehem), em área prdominantemte judaica. Entre Jerusalém e Hebron, e para as colônias judaicas principais da Judeia e Samaria, há estradas só para israelenses e estradas só para palestinos. São fisicamente separadas. (2) É praticamente impossível que um carro com placas árabes esteja circulando por estrada para israelenses. (4) É praticamente impossível que jovens judeus entrem em carro com placa árabe para carona de forma espontânea. (5) O que nos leva a inferir que entraram um carro com placa israelense. (6) Mas um indicador de que os três foram obrigados a entrar a força em um carro é o fato de cada um ter um destino diferente. Um ia para Elad e outro para Nof Ayalon, ambas em território israelense (para o noroeste) acessadas pelas rodovia 38. A terceira vítima ia para Talmon, ao nordeste, acessada pela rodovia 60.

 
4) FATO: O índice de furto de carros em Israel é alto e pode surpreender as pessoas desavisadas. O índice de recuperação de carros furtados em Israel é baixo, apesar das mínimas dimensões do país. Portanto, se inúmeros carros podem ser furtados, com alerta constando na polícia e sumirem, então um carro furtado, ou não, com passageiros, pode igualmente sumir. 

RESPOSTA: É difícil compreender para onde são levados os carros furtados em Israel, com todo o tipo de controle de estradas. Assim, uma célula terrorista dispor de um veículo furtado com placas israelenses, ou dispor apenas das placas e colocar em seu carro, ou usar um carro israelense não furtado de um colaborador árabe Israelense, são possibilidades relativamente simples e já ocorreram antes.

5) FATO: Segundo a polícia de Israel os terroristas tiveram cerca de 5 horas de vantagem até o alerta. 

RESPOSTA: (1) na verdade teriam mais se o rapaz não tivesse telefonado a polícia, o que foi algo imprevisto na ação. Mas pensaram que teriam menos, devido ao telefonema. Em 5 horas, partindo de onde estavam, num carro com placa israelense, podem ter chegado a qualquer ponto de Israel, como Haifa, ou as cidades predominantemente árabes. Assim a busca na Judeia e Samaria, pode ser algo como a do avião da Malásia: concentrar esforços onde o objetivo não está. (2) Se pensaram que o telefonema abortaria o plano, podem ser se desfeito das vítimas. Um carro queimado foi encontrado em área palestina ao sudoeste de Hevron (no sentido inverso ao que as vítimas iriam originalmente), na localidade de Dura, mas a polícia de Israel não divulgou nenhum detalhe sobre este veículo.

6) FATO: A mídia em Israel trabalha sob censura militar e policial. Os dados publicados são apenas os liberados oficialmente, tanto que a notícia pública do sequestro ocorreu apenas muito tempo depois, com hora marcada para entrar no ar. Até o momento só se fala na busca pelos três jovens. 

RESPOSTA: Não se deve menosprezar terroristas e inteligência operacional deles. Segundo informações de hoje (terça dia 17 de junho) a polícia de Israel afirma que desde 2003 foram impedidos 68 sequestros em moldes semelhantes, mas a não divulgação destas ações deixou de sensibilizar a população para se precaver. Os alertas de anos e anos do perigo de sequestro acabam sendo como a história de "é o lobo..." e ninguém dá a mínima para eles. Procurar os três jovens juntos é uma burrice operacional. Caso permaneçam vivos, estarão em três cativeiros diferentes, muito distantes entre si.

7) FATO: Este sequestro ocorre durante uma ofensiva geral da Al Qaida. A luta entre três facções na Síria; o avanço rápido do ISIS no Iraque; os combates no Yemen; os bombardeios do exército paquistanês ao norte de seus próprio país; o grande sequestro e ataques sangrentos do Boko Haram na Nigéria; o ataque mortal à bomba no Quênia (por enquanto). 

REPOSTA: num caso onde existe gente que desapareceu numa estrada, apontar um "culpado" é precipitado. Sabemos que existe Al Qaeda operando em Gaza, onde ocorreram conflitos armados com o Hamas, e não há porque deixar de considerar que haja Al Qaeda na Judeia e Samaria. O recrutamento básico da Al Qaeda é pela Internet oficialmente ou por pessoas que se convertem à ideologia messiânica do grupo radical, criam sua célula e passam a operar independentemente ou não. para ser da Al Qaeda, ninguém precisa ir a um lugar e treinar. Basta se converter. A grande maioria das pessoas não sabe que no islã existe a conversão interna entre os diversos ramos representativos da religião e que um sujeito que hoje é xiita, amanhã pode estar empunhando a bandeira negra o messias islâmico e que um sujeito que hoje é sunita, amanhã pode ser xiita, como vem ocorrendo na Faixa de Gaza, e foi o que aconteceu com os palestinos do Sul do Líbano, que basicamente se tornaram o Hezbollah xiita. A Jihad Islâmica (que é atualmente o braço da Al Qaeda na região, assumiu publicamente o sequestro, mas o governo israelense, não "concordou" com essa declaração.

8) FATO: As diversas facções políticas no jogo do Oriente Médio estão aproveitando o caso endurecer suas próprias agendas. 

REPOSTA: (1) O governo de Israel anunciou ontem (segunda dia 16 de junho) que iria acabar com toda a infraestrutura do Hamas na Judeia e Samaria, declaração absurda de se fazer contra um grupo que se supõe tenha três reféns. Prende um monte de gente do Hamas (mais de 200 até o momento, inclusive suas lideranças políticas eleitas). (2) As lideranças religiosas israelense lançam uma campanha mundial de rezas e orações pelo bem estar e libertação dos sequestrados, que tem um desempenho ótimo em Jerusalém, com 25.000 pessoas no Muro das Lamentações e pífio em Tel Aviv onde apenas 250 pessoas oraram publicamente pelos jovens. Judeus do mundo inteiro aderem ao pedido conjunto de ambos rabinos-chefes e assim tem a certeza de que estão fazendo parte da solução divina. (3) O Hamas vibra com o sequestro mas afirma que não é o autor. Aproveita as prisões para lançar foguetes contra Israel de forma "justificada". (4) A Fatah declara publicamente que a união com o Hamas será rompida, caso o grupo de Gaza seja de fato o responsável pelo sequestro. O que seria interessante para Abbas. (5) O Secretário Geral da ONU declarou que não tem "provas concretas" de que tenha havido o sequestro dos três rapazes na Judeia e Samaria.

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