terça-feira, 11 de novembro de 2014

INTERESTELAR, O FILME

Se você acredita em críticos de cinema, então vá ler outro post. Vá embora! Se você curte ficção científica, leia e assista o filme. Com um ridículo bonequinho adormecido no Globo, Interestelar é uma obra de arte da ficção científica. A primeira resposta contundente a 2001 Odisseia no Espaço. Tenho quase certeza que os críticos anônimos em nossos jornais, provavelmente estagiários sem noção ou conhecimento do passado, jamais assistiram 2001.

Como aconteceu com Prometeus, apenas os fãs que conhecem os filmes anteriores conseguirão entender corretamente as citações. Eu não vou mostrar nenhuma delas, pois é chocante perceber como o roteiro de Interestelar foi trabalhado remetendo ao que há de melhor em 2001 e indo mais além.

O filme atual não é um remake: é melhor. Quando Kubrik fechou o roteiro de 2001, ele se inspirou em alguns pontos do livro de Arthur Clarke, e deixou outros de fora. Decidiu transformar em esoterismo aquela questão do monolito, da dilatação temporal e da viagem pelo hiperespaço, coisas de fato complicadas para o final dos anos sessenta. Quando li o livro, pensei: por que não fizeram o filme de acordo com a história, principalmente o final? Ia ser muito mais espetacular.

E Interestelar, pega os elementos mais científicos do profeta Clarke e os coloca na tela. Ainda não foram todos. Ainda não tiveram coragem para ir em vídeo onde Clarke foi em texto, mas um dia, chegaremos lá. Os roteiristas foram de 2001 o livro a Encontro com Rama, o livro. O filme é um drama impressionante. Uma senhora que estava ao meu lado, passou uma boa meia hora de olhos arregalados e mãos no rosto. O casal que estava atrás e ficou meio que de sacanagem nos primeiros 30 minutos, calou-se o resto do filme. Os sacos de pipoca ficaram pela metade. Depois da primeira hora do filme, nem mais barulho de papel de bala tinha no cinema e ainda faltavam quase uma hora e quarenta, que passam, assim, rapidinho, como as dilatações do tempo da relatividade, exploradas a fundo neste roteiro.

A decisão de fazer um filme denso com atores de primeiríssima linha em papéis secundários foi mais que acertada. Dê uma banana para o bonequinho dorminhoco, pois ele é cria de uma escola Rubensewaldiana, que recentemente utilizou 15 minutos de programa de TV para conclamar o público a não ir assistir SIM City II, sob a bananal alegação de que o filme "é feio, todo preto, sem roteiro". Mande os críticos para a latrina, o lugar mais digno para eles.

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