Papa Bento e os Judeus

2011/3/3 maria thereza waisberg <waisberg1usp@yahoo.com.br>

Após 2011 anos, depois de serem execrados e difamados, roubados, torturados e assassinados em série, queimados em praça pública, sufocados em câmaras de gás, mortos à míngua de fome e de sede em campos da morte, obrigados a confissões inconfessáveis, exilados, vitimizados por toda a sorte de injustas acusações.... Eis que, finalmente, a verdade vem à luz. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/883317-livro-do-papa-diz-que-judeus-nao-tem-culpa-pela-morte-de-cristo.shtml

E a forma como está sendo divulgada me causa espécie.

O livro do papa inocêncio atual não traz nada de novo, pelo que foi divulgado, em relação às decisões do Concílio Vaticano Segundo do Papa João XXIII, nada mudou, até porque não tem o que mudar mesmo. Foi entre outubro de 1962 e dezembro de 1965. Foi demorado, pois João ficou doente, morreu e veio então, Paulo VI.

Naquele concílio houve a absolvição dos judeus pela culpa da morte de Jesus, a denotação da não colaboração entre judeus e romanos, como está erradamente nos evangelhos aceitos e não nos apócrifos (excluídos).

Acontece que em 31 de março de 1964 tivemos o golpe militar. As notícias do concílio ficaram censuradas. Especificamente sobre a absolvição dos judeus pouco foi publicado e aí temos outros dois componentes graves.

A maior parte do clero brasileiro é Jesuita e "lefevriana". Um dos motivos do cardeal Lefevre (francês... lembra do que eu escrevi recentemente sobre a França como o berço do "antisemitisme?") foi essa absolvição. Entre os cristãos não católicos, há uma linha enorme que segue Martinho Luthero, um dos mais ferrenhos antissemitas, depois de ter sido pró-semita.

Jesuítas são até hoje a Companhia de Jesus, a Inquisição, com suas PUCs exigindo o ensino de teologia cristã aos alunos não católicos. As PUCs do diálogo entre surdos e cegos.

Os lefevrianos não aceitam nada mesmo, podem papas escrever o que bem entenderem.

E os luteranos, posam de bons moços, mas se baseiam nos ensinamentos profundos e contundentes de seu Martin Luther com "os Judeus e Suas Mentiras", há quase 500 anos! As decisões do Vaticano não tem influência sobre os luteranos ou lefevrianos.

Abs,

Roitberg