Abri o Google da Argentina e entrei com os termos judaicos mais comuns em espanhol, inclusive "holocausto." Não surgiu nada demais. Em português no nosso Google.br também não.
É bom que todos saibam que se vc estiver logado com uma conta Gmail ou outra do Google o sistema vai mudar o ranking das páginas para apresentar resultado mais afeitos ao seu perfil. Assim, se vc usar um computador para pesquisar sites nazis pelo Google, NAQUELE perifl, DAQUELA conta, eles serão apresentados mais acima do ranking que numa máquina que não os pesquisou.
Por outro lado, há anos nós dizemos que é praticamente impossível encontrar sites judaicos onde hajam as palavras "judeu", "judaico", "hitler", "nazista" por exemplo. Essas palavras estão nos textos de sites antissemitas e não nos judaicos.
Segundo o divulgado até o momento, um juiz acatou o pedido da DAIA para remover links na pesquisa do Google e a empresa ainda não tinha recebido nenhuma ordem judicial, portanto, nada foi feito.
O curioso é que se forem removidos links baseados em palavras chave, como parece que os hermanos exigem, devem ser removidas as páginas históricas, judaicas ou não, sobre nazismo, holocausto e judaísmo também. Ou será que haverá uma comissão de censura que diga esta pode e aquela não pode? Na Google? Duvido.
Mas há algo que me assusta: é a pura imaginação da DAIA de que o Google é o sistema de busca e pesquisa único. Gente! Todo mundo sabe (menos a DAIA). São dezenas, senão centenas de serviços semelhantes, alguns compartilhando índices, mas outro não. Tirar algo do Google é irrelevante. A DAIA vai entrar contra cada provedor de pesquisa? Será que eles já abriram a Wikipedia para ver o que há de antissemitismo e propaganda por lá?
E talvez alguém lá da Argentina deveria responder porque a DAIA nunca foi contra o Clarin (equivalente ao Globo) que hospeda há uns 15 anos ou mais o portal Ciudad de Libre Opinion, criado por Alessandro Biondini, o líder nazista aberto argentino, onde há dezenas de sites nazi em espanhol e português para o mundo inteiro. Há alguns anos, a CONIB junto com o governo brasileiro conseguiram remover deste provedor todos os sites de grupos nazistas brasileiros. Mas os argentinos não removeram sequer os deles próprios.
José Roitberg - jornalista
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